segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mídia eletrônica: informação e relações – humanas?

Muitas e muitas vezes, na comunicação via mídia eletrônica, não há o feed back! Neguinho manda a mensagem, geralmente em massa, e não sabe se o outro leu! Normal, ninguém tem tempo de responder todas as mensagens que recebe, e também é compreensível que não dê uma resposta pessoal, sua e íntima, a algo copiado e colado, ou simplesmente encaminhado, pré-fabricado, etc - mesmo que tal mensagem seja substancial, rica e sábia e profunda, como há tantas por aí! Mas é essa frieza acelerada da comunicação que preocupa; bem como a ausência do feed back! Não há uma relação bilateral, a coisa vai e não volta! Está aí uma das geradoras do homem contemporâneo, aquele habitante dos não-lugares, como disse Augé. O sujeito, de tão plugado no PC acaba generalizando essa conduta na hora do olho no olho: é comum eu lançar a peteca aos meus alunos numa aula e ela bater neles e cair no chão – eles não respondem provocações ou perguntas simples e objetivas, tal qual aprenderam a fazer com os e-mails e mensagens. Estão condicionados por esse modus operandi que, drasticamente, os molda. O homem atual está cada vez menos preparado para o corpo a corpo, para a interação real (não virtual) com o outro. Assoma-se a isso o seguinte: por vezes os sujeitos recebem mensagens especiais, mas não percebem. Como assim? Vou dar um exemplo: eu ocasionalmente mando uma mensagem direcionada a um amigo, porque sei que a ele ela será significativa. Há de minha parte um cuidado, uma delicadeza. Contudo, o sujeito que a recebe não reconhece isso e nem sequer retorna a mensagem – senão comentando – ao menos agradecendo. A coisa vai ainda mais mal se eu criei aquela mensagem pensando no camarada e nem assim ele se manifesta. Por que isso ocorre? A minha hipótese é que os sujeitos têm muita informação, mas falta-lhes tato e discernimento para filtrar as que devem receber uma melhor atenção. A tecnologia está a gerar uma política da insensibilidade!

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