segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Diário de viajem: B.A . – julho de 2010.

Um dos melhores passeios de meus 30 anos. Cultura, pura. Glamour. Uma beleza! Lugar lindo, gente interessante e inteligente, fina e educada. Dizem da “grosseria” dos portenhos! Eu discordo, diria que são legitimamente austeros, pois o são quando se deve; por exemplo: se você está numa loja e pergunta o preço de um objeto [i]que está com etiqueta em lugar visível[/i], eles farão - de um modo mais ou menos sutil - você se sentir frívolo. Isso pra mim, implica em fazer do freguês e do cidadão uma pessoa mais autônoma, antenada e ligada. Eles contribuem com a sua evolução! Legal né? E não é só: tratam super bem aqueles que são amigáveis. A própria cultura da gorjeta (que eles chamam de “propina”) favorece a cumplicidade e o bom, harmonioso, relacionamento entre garçom e cliente. No Brasil, aqueles 10% vão pro patrão – isso talvez explique porque o atendimento lá é bem melhor. Ah, e a comida? Uma delícia! Mesmo não sendo carnívoro – e digo isso porque eles tem uma cultura de ótimas carnes – me deleitei com as massas (que eles chamam pastas): pizzas estética e saborosamente outras, com muito mais queijo, por exemplo – e queijo bom! Pois os dito cujos lá são baratos, tanto quanto o vinho. E frutas nas conveniências, de madrugada: reluzem, empilhadas em desenho que, pela geometria e cuidados demasiados, fascinam – para além do sabor! Quanto à língua: sussa! Com calma, de modo pausado, um portunhol de pessoa com boa dicção resolve qualquer problema. Sempre, seja simpático. E quanto à segurança? As zonas mais badaladas são extremamente seguras! Muitos policiais, eficiência. Baladas? Maravilhosas! Todo dia tem! Muita música eletrônica, pra dançar, não falta. Mas tem também os shows de Tango. Fui no Tortone – paguei um pau! Quarenta pila bem empregado: esplêndido e com 2 horas de duração. Tive um pequeno stress na entrada (porque se formaram 2 filas e daí fui ver estava na errada e acabei me atrasando – no meu entender eles tinham que informar as pessoas desavisadas), mas nada que impedisse a festa! Acerca de minha hospedagem, vejam o que relatei em um tópico apropriado da comu de Buenos no orkut:
“Albergues: minhas consideracoes...
É massa! Fiquei no Ricoleta e no Obelisco. Grandes amizades, aliancas paliativas, etc... Otima maneira de treinar suas habilidades em lingua estrangeira. Gente de todo mundo. Gente boa; mochileiros. No Hostel Ricoleta, havia banheiro no quarto - legal! Atendimento maravilhoso por parte de quase todos os atendentes (tem um cara meio secao la, mas e so ele). Daniela e Lucas, super simpatia. Pode falar portunhol com eles, de boa. Tambem ha aquecimento nos quartos (ar, creio). Chuveiro a gás, muito bom! Contudo, tem pequenos defeitos, superaveis. Tem wi fi, mas apenas um pc a disposicao de quem nao leva o portatil. O lugar tem alguma relacao com o grande escritor Jorge Luis Borges - nao sei qual. Barato demais (!!!): tipo uns 12 dolares com cafe da manha na opçao quarto coletivo. A proposito disso, nao se acanhe, e legal dividir o quarto: e um laboratorio de sociabilizacao!!! Hhahahahah... Quanto ao Hostel Obelisco, muito melhor! Quartos verdadeiramente amplos, roupa de cama mais alvejada. Sinuca, 5 computadores, wi fi, sala de video, barzinho, elevador, etc... Perto de varios sebos e da nove de julho - uma quadra e meia do Obelisco. Porem, nao ha banheiro nos quartos... Mas isso com a vantagem de os banheiros, alem de proximos dos dormitorios, serem muito melhores, verdadeiramente bons! Tem ate banheira... O preco é um pouco mais caro, mas pouca coisa. Vale muito a pena e, como o Ricoleta, tambem tem figuras de todo lado.

Aos viajeros com tesao por adiquirir altas experiencias, Hostel é o que há!!!”

E no outro dia: no mesmo tópico:

“Relato do Hostel Obelisco
Sem preco. Sobrio, cheguei da balada e to no andar de cima, no pc. Chegou um pessoal aqui em baixo, sacou o violao e mandou um Caetano perfeito, seguido de um Jorge Bem. Que sorte, que presente!!!

Horario: 6:44 am.”

Ah sim... e quanto ao passeio por Tigre!!????? Uma loucura de encanto, uma poesia visual, a realização ocular de uma utopia...
Sim, falta falar das compras, parte importante-filé. Bom, pra comprar é o canal, roupas e produtos baratos – especialmente couro. Vale, sim, bater perna. Mas não fique esperando aqueles atendentes super simpatia, ao ponto de beirar o cinismo ou a invasão. Eles são na deles... outros modos, ok? Nada de mais!
Quanto à locomoção, usei muito táxi, porque é realmente barato – mas o fiz mais pra baladas. Pra turismo há um ônibus especial. Dois andares, aberto o teto pra apreciarmos a arquitetura (riquíssima). Recomendo que se proceda do seguinte modo: monte previamente um roteiro, bem estudado. Veja quais as opções você elege ver em cada bairro, amarrando com o seu tempo disponível, claro! Aí, quando o “autobus turístico” para na vila “x” ou “y” você já está com tudo montado e aí vai seguindo o mapa (que vc baixou na net ou comprou na primeira banca da esquina). As opções de turismo, de pontos realmente vibrantes e interessantes são infindas. Acho que não há no mundo alguém que dissecou Buenos Aires... Aliás, atente para as efemeridades: agenda cultural, por exemplo. A este respeito eu vi uma instalação que... puts! Muito boa!!!
Saí de minha cidade de ônibus, foram 24 horas bem-vividas porque descobri Guimarães Rosa em profundidade (lendo o danado), enquanto relaxava numa poltrona quase cama; tinha até serviço de bordo com janta, champagne, etc... Tudo por uma merreca. Aliás, esse busão, da “Cruzero del Norte”, sai diariamente do Rio de Janeiro, passa por alguns pontos estratégicos e vai até mais abarro do que Buenos Aires. E o fenômeno do preço baixo talvez se explique por ele trazer reserva de combustível, em seu interior, proveniente da Argentina, onde o mesmo é muuuito mais barato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário